Rev. DERC (Online) 2020; 26(4): 230-234
Fratura de Estresse e Tendinite: Apenas “Overuse” ou Consequência da Síndrome de Excesso de Treinamento?
Resumo
Introdução:
Os exercícios físicos contribuem para a saúde física e mental, mas podem causar danos no sistema musculoesquelético, decorrentes isoladamente dos esforços repetitivos (“overuse”) ou no contexto da síndrome de excesso de treinamento (SET) simpática.
Objetivo:
Em caso de tendinite e fratura de estresse, estabelecer o diagnóstico diferencial entre “overuse” e SET simpática.
Relato do caso:
Médico, 57 anos de idade, com sobrepeso. Iniciou caminhadas intercaladas com corrida em esteira ergométrica, três vezes por semana. Devido ao fechamento da academia na pandemia da COVID-19, no final de março iniciou as corridas na rua e, aumentando rapidamente o volume de treinamento, no final de junho já corria diariamente cerca de 6 km entre 40-45 minutos. Um mês depois, no final do treino, apresentou dor e edema no tornozelo esquerdo. Seguiu correndo por mais uma semana. Através de ressonância magnética, identificou-se tendinite e fratura na porção distal da tíbia. Na ocasião, segundo a escala brasileira de humor (BRAMS) e os parâmetros hemodinâmicos, não apresentava indícios de SET simpática.
Conclusão:
Na ausência de outras manifestações relacionadas à SET simpática, pode-se concluir que a tendinite e a fratura de estresse na tíbia decorreram apenas do esforço repetitivo, permitindo o diagnóstico de “overuse”.
Palavras-chave: Estado de Humor; Exercícios Físicos; Parâmetros Cardiovasculares
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